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Especialistas defendem uso de tecnologias para melhorar mobilidade urbana de cegos Fonte: Agência Câmara de Notícias

Tema foi discutido em audiência pública promovida por duas comissões da Câmara

Especialistas defenderam o uso de tecnologias para facilitar a mobilidade das pessoas com deficiência visual nas cidades. O tema foi discutido nesta segunda-feira (6), na Câmara dos Deputados, em audiência pública das comissões de Legislação Participativa; e de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

A advogada Emmanuelle Garrido Alkmin afirmou que os estatutos da Pessoa com Deficiência e da Cidade devem ser atualizados e levar em conta as possibilidades tecnológicas que já facilitam a vida das pessoas cegas ou com limitação visual em outros países – é o conceito de smart city ou cidade inteligente.

“Nós precisamos do uso da tecnologia a serviço da remoção de barreiras, o que é possível hoje em dia. Há aplicativos que dizem onde está seu ônibus, que leem QR codes, então por que as prefeituras não trabalham com QR codes nas placas de rua e nas indicações dos centros urbanos?”, indagou.

Entre as barreiras que os deficientes visuais encontram, as mais citadas pelos convidados da audiência foram as más condições das calçadas, a falta de semáforos sonoros e as dificuldades de localização em lugares públicos nas cidades.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), que propôs o debate em conjunto com deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Waldenor Pereira (PT-BA), concordou com a ideia de construir uma legislação que englobe as possibilidades tecnológicas disponíveis atualmente.

“Aqui já foi dito por várias pessoas a necessidade de termos uma cidade inteligente, para que você possa realmente, por meio de aplicativo e do desenvolvimento tecnológico da acessibilidade tecnológica, assegurar a acessibilidade”, comentou.

Reflexão
Para o consultor em acessibilidade e audiodescrição, membro da Rede Brasil de Turismo Acessível, Ednilson Sacramento é também necessário mudar a forma como a coletividade se refere às pessoas com deficiência.

“A sociedade colabora quando não nos trata com compaixão, com piedade, como coitadinhos. Quer matar socialmente uma pessoa com deficiência? Chame-a de 'coitadinho', demonstre a sua pena, demonstre a sua compaixão. Essas palavras estão banidas do nosso vocabulário, e a sociedade precisa varrê-las também”, declarou.